quinta-feira, 22 de abril de 2010

TIRADINHAS DO TIRA

Acho que começou comigo essa antipatia dos portugueses pelos dentistas brasileiros.


Não aguento mais aqueles sujeitos que, querendo fazer graça, dizem que vão enforcar
o meu feriado. O Tancredo também não, mas até aí morreu Neves.


Antes de ser enforcado, tive de ouvir minha sentença ser proferida num discurso
que durou 18 horas. Não foi tão ruim assim ter sido enforcado e esquartejado.


O Aécio até queria que eu tentasse uma Inconfidência 2, só que dessa vez incluindo o Rio de Janeiro. O lema seria “Libertas que final de semana eu tô ai”.

Me pegaram para Cristo duas vezes: na punição e na aparência. Fui o único a cumprir uma pena severa. Outros inconfidentes mais abastados, diferentes de mim que vivia com a corda no pescoço, foram condenados à morte, mas tiveram suas penas reduzidas e, por fim, foram libertados. Muitos deles concorrerão nas próximas eleições pelo partido monarquista.


Jamais tive essa semelhança com Jesus. Na cadeia nem deixavam a gente ter cabelo comprido por causa dos piolhos. Não caminhei sobre as águas ou curei enfermos. O máximo que fiz foi transformar um dia comum em feriado nacional.


Nossa revolta foi motivada pela cobrança abusiva de impostos. A Coroa poderia ter evitado a minha morte e todo o levante do movimento da insurreição. Era só promover a redução de IPI das charretes e carroças que ficava todo mundo feliz.


Ao contrário da Revolução Francesa e da Americana, o movimento da insurreição não mobilizou a população. Tudo porque, na época, uma mercearia importante fez uma senhora promoção de queijos.


Meu legado atravessou fronteiras. Inspirei jovens e incipientes repúblicas vizinhas. Algumas até cogitaram instituir o dia de Sacadientes.


Não guardo ressentimentos, minha revolta já passou. A única coisa que me faz perder a cabeça é o Dunga não convocar o Neymar.